A companhia de teatro DENTRO DO COVIL procura elementos para integrar coro de voz falada do espectáculo  "MADALENA", que se irá apresentar no próximo dia 25 de Fevereiro, no Teatro Municipal de Ourém.

O espetáculo "MADALENA" contará com a participação de um coro de voz falada composto por membros da comunidade. Existirá um trabalho prévio com este coro de 6 ensaios programados para os dias anteriores à apresentação do espectáculo. O coro será composto por um mínimo de 8 elementos, maiores de 14 anos, com ou sem experiência.

O trabalho desenvolvido com este coro, orientado por Sara de Castro e Cuca M. Pires tem, para além da dimensão artística, um carácter formativo no âmbito da voz falada.
Sara de Castro, directora artística do espectáculo "MADALENA", é professora na área da comunicação pública. Assim, esta participação pode interessar a pessoas que utilizam a voz no seu contexto profissional ou que tenham interesse nesta área (ex: professores, animadores, mediadores culturais, atendimento ao público, estudantes, etc.).

O espectáculo irá realizar-se no dia 25 de Fevereiro (sábado), às 21h30, e os ensaios com o Coro irão acontecer nos seguintes dias e horários (a confirmar):
- de 20 a 24 Fevereiro, das 20h às 0h
e
- 25 Fevereiro, das 14h30 às 18h30 + espectáculo
A comparência em todas as sessões é muito importante, uma vez que será um trabalho continuado. No caso de indisponibilidade em alguma das sessões, solicitamos indicação no formulário.


Sobre o espectáculo MADALENA
Pouco depois da estreia de MADALENA, em fevereiro de 2020, vivemos confinados durante um mês e meio. Neste espetáculo, as atrizes atravessam uma longa noite de luto – um processo que passa pela negação,
raiva, negociação, tristeza e aceitação – para resgatar o direito ao  contacto com o corpo morto numa sociedade em que a morte foi  higienizada, desmaterializada, tornada abjeta.
MADALENA será hoje um outro espetáculo. Não sabemos bem ainda o que é. Mas nas apresentações recentes que fizemos, já depois do confinamento, percebemos que as camadas de leitura se adensam e que as conecções com o momento actual são muitas e inevitáveis.
Por outro lado, percepcionámos que a convocação que o espectáculo  propõe, de rir e questionar irónicamente as convicções que temos sobre  este tema, tem eco no público que dá gargalhadas, como modo de
desanuviar a tensão premente. Hoje não só estamos impedidos do contacto  com o corpo morto, mas também o contacto com os vivos está condicionado.
As inquietações agigantam-se depois de convivermos com um vírus que nos  isolou fisicamente, que nos fez temer o outro, que fez com que funerais  fossem proibidos, que deixou tantos morrerem sós. MADALENA continua a  lembrar-nos que sem contacto, somos menos humanos.

Ficha artística:
direção artística: Sara de Castro
com: Ana Brandão, Carla Galvão, Cuca M. Pires, Madalena Almeida, Paula Só, Teresa Moreira e um coro composto por participantes da comunidade local
dramaturgia: Ana Pais, Sara de Castro
Com fragmentos de: Susana Moreira Marques, do Antigo Testamento e do Talmude
Inspirado em: Adília Lopes, Clarice Lispector, Daniel Tércio, Jean-Luc Nancy, Joan Didion, José Gomes Ferreira, José Tolentino Mendonça, Julia Kristeva, Lynn Margulis , Marguerite Yourcenar , Maria Julieta Mendes Dias, Maria Filomena Molder, Paul B. Preciado, Paulo Mendes Pinto, Virginie Despentes.
cenografia e figurinos: Marta Carreiras
desenho de luz: Rui Monteiro
desenho de som: Duarte Moreira
consultoria histórica: Liliana Caetano, Paulo Mendes Pinto
assistência de encenação: Cuca M. Pires
produção: Dentro do Covil – Produção e Criação Artística
coprodução: Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Viriato, Centro de Arte de Ovar
apoios: GTIST – Grupo de Teatro do Instituto Superior Técnico, Teatro Meridional, CAL – Primeiros Sintomas, TEC – Teatro Experimental de Cascais