O pedido de impeachment apresentado por Daniel Dourado, Eloan Pinheiro, Ethel Maciel, Gonzalo Vecina Neto, José Gomes Temporão, Reynaldo Ayer de Oliveira, Ricardo Oliva e Ubiratan de Paula Santos,  médicos, enfermeiros e cientistas da área da saúde, aponta quatro condutas principais como crimes de responsabilidade cometidos pelo Presidente Jair Bolsonaro:                               1) a campanha deliberada do presidente contra as medidas sanitárias preventivas, incentivando aglomerações e desacreditando até mesmo o uso de máscaras;                                                                                                                        2) a insistência na disseminação a crença ilusória em um suposto “tratamento precoce”, que não passa de um coquetel de remédios comprovadamente ineficazes, inclusive com interferência direta de Bolsonaro na área técnica no Ministério da Saúde para divulgar Orientações para o uso desses medicamentos;                                                                                3) o boicote às vacinas, inclusive com interferência pessoal e direta de Bolsonaro para impedir a compra de imunizantes, na melhor janela de oportunidades, pelo Ministério da Saúde; e                                                                 4) a omissão deliberada do governo federal na implantação de um plano nacional eficaz para combater a pandemia de  COVID-19. A denúncia argumenta que essas condutas, frutos de escolhas políticas intencionais do Presidente da República, amplificaram os impactos da pandemia sobre a saúde dos brasileiros e a economia do país, contribuindo para cenários catastróficos em diversas situações, a exemplo do colapso hospitalar de Manaus em janeiro deste ano.                                                                                                                                          Tais atos são descritos como atentados contra o direito à saúde individual dos brasileiros (art. 85, III da CRFB 1988 e art. 7.9 da Lei 1079 de 1950) e atentar contra a probidade administrativa, agindo de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro que o cargo exige (art. 85, V, da CRFB 1988 e art. 9.7 da Lei 1079 de 1950).                                                                               “O Sr. JAIR MESSIAS BOLSONARO, de forma reiterada e dolosa, dissemina mentiras, propaga falsas ilusões de tratamento e incita desobediência às medidas legais. Em outras palavras, ele usa a mentira e a incitação à desobediência epidemiológica como ferramenta de mobilização política, mesmo sabendo que tal estratégia põe em risco a vida das pessoas e mina a capacidade de resposta coordenada e efetiva à pandemia”.                                   Nós, abaixo assinados, dizemos BASTA! E apoiamos este pedido, exigindo do Presidente da Câmara dos Deputados a abertura do processo de impedimento, de forma que possamos voltar a identificar como possível a preservação das vidas dos brasileiros e brasileiras durante a pandemia, e possamos reconstruir nosso país.