Uma Homenagem ao Paulo Mendes da Rocha - Apoie!
O arquiteto Paulo Mendes Rocha foi professor Emérito e Honoris Causa na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP), onde lecionou por muitas décadas, Paulo Mendes da Rocha foi homenageado com esses mesmos títulos acadêmicos em diversas outras universidades da América e da Europa. Com suas obras, sempre voltadas à defesa da esfera pública, ajudou a construir a cidade de São Paulo com marcos arquitetônicos sumamente reconhecidos, tais como a Pinacoteca do Estado, o Museu Brasileiro da Escultura e da Ecologia (MuBE), a cobertura da Praça do Patriarca, e a unidade do Sesc 24 de maio, entre muitas outras obras de relevo.
Nascido em Vitória, em 25 de outubro de 1928, formou-se arquiteto e urbanista pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo, em 1954. Institucionalmente, contribuiu de forma decisiva para a formação da cultura arquitetônica e urbanística brasileira e mundial. Foi membro associado do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) desde 1955, e presidente dessa mesma instituição, em seu Departamento de São Paulo, nas gestões de 1972-73 e 1986-87. Manteve, por muitas décadas, o seu escritório profissional no quinto andar do edifício do IAB/SP, situado na esquina das ruas Bento Freitas e General Jardim. Durante todo esse tempo, era visto andando pela rua, entre o prédio do IAB, os bares e restaurantes da Rua General Jardim, e os edifícios onde se situam os escritórios de colegas e colaboradores seus. Por influência de Paulo, a rua se tornou uma espécie de centro da produção e reflexão sobre a arquitetura na cidade de São Paulo, concentrando uma quantidade ímpar de escritórios ao longo de seu eixo, articulados à sede do IAB e a uma importante faculdade de arquitetura e urbanismo, a Escola da Cidade.
De acordo com a estudiosa portuguesa Ana Vaz Milheiro: “a sua forma de trabalhar, partilhando experiências e parcerias com diferentes escritórios da cidade de São Paulo, acabaria por transformar a cidade num centro fulgurante da cultura arquitetônica contemporânea”. Ainda, segundo o crítico brasileiro Guilherme Wisnik, “Sua vida se passava, majoritariamente, na rua, isto é, na cidade, entre os botecos do centro, e no caminho entre os escritórios da Rua General Jardim. Tenho a impressão de que, para ele, nenhuma cidade do mundo produziu uma vida urbana mais intensa e admirável do que a que existe no raio entre os edifícios Copan e Conjunto Nacional”. Assim, a rua General Jardim foi o centro irradiador da sua influência na cidade, e certamente o mais rico e surpreendente dentre todos eles.
Consideramos que uma homenagem contundente da cidade de São Paulo seria dar à rua o nome de Paulo Mendes da Rocha.
Com essa homenagem dar início a uma agenda para transformá-la em uma referência das boas práticas urbanas e arquitetônicas - a ser definida por meio de um projeto, a ser escolhida em um concurso público.