Subscrição do Manifesto: 8M - Assembleia Feminista
:: A Plataforma Já Marchavas, juntamente com o projeto JOY & Práticas Coletivas do Prazer, organizam a manifestação 8M - Assembleia Feminista , que se realiza no dia 8 de março, pelas 17h30, no Rossio (em Viseu).

O teu lugar é aqui, na assembleia feminista, para celebrar, dar voz e reivindicar por uma sociedade feminista. A manifestação contará com lanche partilhado, microfone aberto, manifesto performativo (realizado por Alice Joana Gonçalves, Mariana Silva e Daniela Dias) e momentos culturais.

Vem ajudar a construir o 8M (Dia Internacional das Mulheres), vem participar na ação revolucionária feminista!

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O JOY & Práticas Coletivas do Prazer é um projeto performativo que convoca uma maneira de estar ativista, de participação política e intervenção comunitária e local com vista a uma justiça social mais igualitária através da cultura.
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:: MANIFESTO 8M 2023

O 8M tem uma raiz histórica,  um comprometimento social que, não deixando de ser atual, impõe que a data não passe despercebida pela sua importância. 

Nesta data celebramos as conquistas até aqui alcançadas e as que faltam alcançar. Conquistas feitas por mulheres que, imbuídas de força e resiliência, lutaram ao longo de séculos contra uma sociedade machista, colonialista e patriarcal. Mulheres que, apesar dos êxitos das suas lutas, ainda hoje se deparam com diferentes e estruturais formas de violência, desigualdade e marginalização social. Através do assédio e vigilância dos seus corpos, da violência racista, da LGBTQI+fobia, do incitamento ao ódio, do desvio à normatividade so sistema, percebemos que os paradigmas paternalistas e conservadoristas continuam a impedir a consagração dos princípios de igualdade e não discriminação.

Por isto, importa lembrar as mulheres trabalhadoras do setor social, da saúde, dos serviços, das cuidadoras informais, das empregadas domésticas e das limpezas, das mulheres das zonas rurais, das mulheres em situação de sem abrigo, das mulheres lésbicas, das mulheres trans, das mulheres migrantes, das mulheres racializadas, das mulheres vítimas de guerra, das trabalhadoras do sexo.

Lembramos também todas as mulheres que sofrem, mas que continuam na luta contra a precariedade, o desemprego, o assédio moral e sexual nos seus locais de trabalho, e todas as que que acumulam uma dupla e/ou tripla jornada de trabalho, substancialmente agravada com o regime do teletrabalho.

Lembramos 2022 como um ano marcado por imensas notícias sobre o fecho de várias maternidades que obrigam grávidas e respectivos bebés a fazer vários quilómetros até aos serviços de saúde mais próximos da sua residência. Muitas delas, não resistindo ao abandono estrutural de cuidados de saúde, acabam por sofrer riscos graves durante o parto ou, até, acabando por perder os seus filhos.  

Neste 8M lutamos também contra a violência obstetrícia, a qual continua a ser perpetrada nos hospitais deste país, em que a mulher é vítima de abusos sobre o seu corpo durante a gestação, a hora do parto, no nascimento e no pós-parto.

A Mutilação Genital Feminina continua a ser um flagelo e assombra meninas e mulheres, mesmo em Portugal, a qual repudiamos veemente, tal como não podemos permitir que em pleno Séc. XIX, raparigas sejam casadas à força e vítimas de maus tratos nas mãos dos seus companheiros.

Não nos esquecemos, também, das mulheres ucranianas, das deslocadas de guerra consecutivamente expostas à tortura,  exploração sexual, ao trabalho escravo e violência de género. Não nos esquecemos das mulheres Turcas e da sua força reivindicativa contra um regime opressor que cancela as suas manifestações públicas em defesa das suas vidas e experiências. Não nos esquecemos da coragem e liderança das mulheres Iranianas contra a violência sangrenta do Estado e de uma polícia da Moralidade que dizima as suas liberdades individuais e sociais.

Reivindicamos uma sociedade feminista, que rompa com o conservadorismo, com o machismo e misoginia e com todas as formas de discriminação que atentam contra os direitos das Mulheres!

Queremos, por estas e mais razões,  que os feminismos sejam o caminho para a resistência das formas de opressão e transformação social. 

Ser feminista, não é um apelo à supremacia da mulher sobre o homem ou sobre qualquer pessoa, mas sim a defesa da igualdade entre todas as pessoas, em todas as esferas sociais.

Assim, exigimos:

- Igualdade salarial;

-Concretização da lei da paridade na sua plenitude;

- Fim da precariedade dos contratos de trabalho, onde as pessoas mais afetadas são mulheres;

- Colocação de mulheres, com a formação e aptidões necessárias, em lugares de decisão, quer no setor público, quer no setor privado;

- A erradicação de todas as formas de violência de género, sexual, racial, contra as mulheres;

- A consciencialização da igual partilha de tarefas, quer domésticas, quer de cuidados;

- Mais e melhores direitos para as cuidadoras e cuidadores informais;

- Cuidados de saúde dignos e humanizados que respeitem a vontade das mulheres e a autodeterminação sobre os seus corpos;

– O acesso a produtos menstruais e cuidados de higiene gratuitos; 

– O fim da violência obstétrica nos blocos de partos dos hospitais, violência essa que é física e psicológica e que afeta a recuperação da mulher durante o puerpério, pondo em causa a sua saúde mental, a sua vida sexual e a sua relação com o bebé, comprometendo o sucesso da amamentação e o desenvolvimento saudável do recém-nascido;

– O fim de práticas hospitalares não recomendadas que configuram diversas formas de violência física e sexual para com os corpos femininos, trans e intersexo, através da denúncia e penalização de cirurgias ou outros procedimentos médicos desnecessários de forma a garantir as características sexuais de todas as pessoas.

– Queremos uma sociedade com espaço para todas as pessoas, uma sociedade plenamente democrática,  inclusiva, LGBTQIA+ , ecologista, antifascista, antirracista, anti-idadista e participativa.

No dia 8 de Março, juntas, unidas e insubmissas, iremos ocupar o espaço público, perpetuando as vozes de luta de sempre, porque direitos adquiridos não são direitos garantidos e a luta tem que ser feita todos os dias!


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