No século XVI, as ideias iluministas inspiraram a população das Treze Colônias Inglesas na América do Norte, que depois passaram a integrar o território dos Estados Unidos.

Inicialmente, o controle da Inglaterra sobre as Treze Colônias não era rigoroso, mas essa situação se modificou. No século XVII, a Metrópole para sanar as dificuldades financeiras, devido à Guerra dos Sete Anos, passou a criar uma série leis que estabeleceu a cobrança de novos impostos, a serem pagos pelos habitantes das colônias.
As principais leis impostas aos colonos foram a Lei do Açúcar (ou Lei da Receita), de 1764, que impunha o pagamento de tarifas alfandegárias sobre diversos produtos importados, como melaço, vinho, café, seda e linho, e a Lei do Selo, de 1765, que instituiu um novo tributo para a impressão de documentos legais e textos impressos, como jornais e livros. A Lei do Chá que concedeu o monopólio de chá à Companhia das Índias Orientais, sediada em Londres. Todas essas Leis prejudicavam os interesses dos colonos. Esta última, provocou uma reação dos colonos, conhecida como Festa do Chá (Tea Party).

O governo inglês reagiu impondo uma série de medidas que ficaram conhecidas como Leis Intoleráveis, que aumentaram o controle, inclusive militar, sobre as colônias. Indignados, os líderes das colônias apropriando-se dos ideais iluministas, principalmente do pensamento do filósofo inglês John Locke, que defendia o direito da população de lutar contra um Estado opressor, os colonos deram início a um movimento de resistência contra a Inglaterra.  

Primeiro Congresso da Filadélfia
Os colonos do Norte resolveram promover, no ano de 1774, um congresso para tomarem medidas diante de tudo que estava acontecendo. Este congresso não tinha caráter separatista, pois pretendia apenas retomar a situação anterior. Queriam o fim das medidas restritivas impostas pela metrópole e maior participação na vida política da colônia. Porém, o rei o governo inglês não aceitou as propostas do congresso, muito pelo contrário, adotou mais medidas controladoras e restritivas.


 A Declaração de Independência
A guerra de independência começou em março de 1775. Em maio do mesmo ano, representantes das colônias, se reuniram no Segundo Congresso da Filadélfia decidiram pelo rompimento das Treze colônias com a Inglaterra, e uma comissão, dirigida por Thomas Jefferson, encarregou-se de dirigir a Declaração de Independência. O documento, inspirado nos princípios do iluminismo, foi aprovado em 4 de julho de 1776 e proclamou o direito das colônias à liberdade. Veja, a seguir, suas ideias principais:
• Todos os homens foram criados iguais;
• Todos têm o direito à vida, à liberdade e a busca da felicidade;
• Sempre que uma forma de governo anular esses objetivos, o povo pode alterá-lo ou instituir um novo governo;
• As colônias unidas são Estados livre e independentes.

Porém, a Inglaterra não aceitou a independência de suas colônias e declarou guerra. A Guerra de Independência, que ocorreu entre 1776 e 1783, sendo que as forças militares das colônias foram lideradas por George Washington, que levou os Estados Unidos, com o apoio da França e da Espanha a vitória.
A Constituição dos Estados Unidos
Em 1787, ficou pronta a Constituição dos Estados Unidos com fortes características iluministas. Garantia a propriedade privada (interesse da burguesia), manteve a escravidão, optou pelo sistema de república federativa e defendia os direitos e garantias individuais do cidadão.

A nova nação que surgiu foi construída em um modelo republicano e federalista e inspirada pelos ideais iluministas que defendiam as liberdades individuais e o livre comércio, por exemplo. De toda forma, a Independência dos EUA foi encabeçada pela elite colonial, insatisfeita com a forma como a Inglaterra tratava os colonos.

A Independência dos EUA e o modelo de nação desenvolvido pelos norte-americanos no século XVIII serviram de inspiração para outras nações do continente americano.

Entretanto, ao ler o preâmbulo da Constituição dos Estados Unidos, encontra-se a seguinte frase: “Nós, o povo do Estados Unidos [..]”. Esta expressão não incluía os negros escravizados, pois a escravidão foi mantida, os índios, que foram expulsos de suas terras, e as mulheres. Todos ficaram sem direitos políticos, sendo isso conquistado paulatinamente e com muitas lutas.