Clarice Lispector: a presença do mitopoético em “Água Viva”

Possivelmente nascida em 10 de dezembro de 1920, a escritora Clarice Lispector, ucraniana de nacionalidade e brasileira por designios sócio-político e familiares, está inserida em um contexto de escritores que surgiram no início da década de 40, tocados pelas ideias renovadoras que vinham da Europa, especialmente pela fenomenologia existencialista de Heidegger e de Sartre. Sua produção literaria traz uma “tentativa de ultrapassar a evidência concreta da realidade imediata dos seres, coisas e relações para atingir-lhes o âmago onde se ocultaria a verdade última de cada um e de todos, ou o segredo da vida-em-simesma”(COELHO, 1993, p. 174), perspectiva que foi uma obsessão da modenidade: buscar redescobrir ou reinventar e nomear a verdade última da vida ou da condição humana. E ainda houve uma crise da linguagem, contestada quanto ao seu poder para exprimir a autenticidade das realidades múltiplas do homem moderno. Assim, a escritura clariceana
revela a consciência de que a palabra descobridora depende, em parte da verdade que os homens estavam desejando descubrir e sua criação poética transforma-se em um longo proceso de des-aprendizado e de nova
aprendizagem. Nesta apresentação, trago o texto “Água Vida”, de Clarice Lispector, como exemplo do processo constitutivo e criador caracterizado pela mobilização de mitos (símbolos e arquétipos) por meio de uma
linguagem que se sabe ou se percebe precária ou incapaz para atingir as metas que se propõe.

Oradora: Profª. Drª. NILDICÉIA APARECIDA ROCHA (UNESP, Brasil)

Data: 05.12.2020

Horário: 14h (Brasília), 17h (Lisboa), 18h (Espanha)

Duração: 60 min. + 30 min., aproximadamente, para debate.
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