Equipe: Gabriel Vila Verde Nunes – IHAC/CSC (MINISTRANTE)
Profa. Olívia Maria Pereira Duarte – IHAC e CFCAm/CSC (MINISTRANTE)
Ariany Santos Almeida - IHAC/CSC (COLABORADORA)

Apresentação
As abelhas sem ferrão, ou meliponíneos, são himenópteros distribuídos nas regiões tropicais do globo (NOGUEIRA-NETO, 1997). No Brasil, é registrada a ocorrência de mais de 240 espécies (PEDRO, 2014). Entretanto, esta diversidade está ameaçada, com 4 espécies de meliponíneos ameaçadas de extinção no Brasil (ICMBIO, 2018). A maioria destas espécies pertencem ao gênero Melipona, e têm na agropecuária e na perda do habitat as principais ameaças a sua sobrevivência (ICMBIO, 2018). Os meliponíneos têm um papel significativo na conservação da biodiversidade vegetal, realizando a polinização de muitas espécies botânicas (BLOCHTEIN, 2008). Além desse importante serviço ambiental, recentemente foi observado a realização de melitocoria, isto é, dispersão de sementes por abelhas, do gênero Melipona (BACELAR-LIMA et al., 2006).
A criação racional das abelhas sem ferrão é denominada meliponicultura, e é realizada objetivando produtos como mel, pólen, própolis, geoprópolis e cera (CARVALHO et al., 2003). Também tem utilidade no turismo ecológico e na a educação ambiental (CARVALHO et al., 2003). Segundo Kerr (1997) a importância da meliponicultura pode ser avaliada de cinco maneiras: A imprescindível polinização das plantas nativas, pois regiões como a mata atlântica  possui 90% das plantas dependentes de sua polinização; a produção econômica, que oferece perspectivas de renda com a venda dos produtos obtidos na criação de abelhas como mel, que nos meliponíneos possui alto valor pelo rico sabor e raridade; a elaboração de produtos medicinais, devido às propriedades terapêuticas encontradas em alguns produtos como o própolis com aplicações anti-inflamatórias e o mel com aplicações anti-virais; a contribuição para a biologia, especialmente quanto a genética e evolução dos Apidae e a melhoria do ensino de alunos do primário e secundário que levará automaticamente a um conhecimento da flora apícola com conseqüências imediatas no amor pela flora nativa, sua conservação e multiplicação.
Considerando a relevância das abelhas sem ferrão e as intensas ameaças sofridas por elas, propomos esse minicurso como tentativa de mobilizar e sensibilizar a comunidade sobre a importância desses insetos para a conservação do meio ambiente, assim como transmitir noções básicas sobre a meliponicultura, atividade com potencial para a preservação da biodiversidade local.

Público Alvo
Pessoas da comunidade que se interessem pelo assunto, estudantes do Bacharelados Interdisciplinares e Ciências Biológicas, servidores da UFSB, bolsistas.

Objetivos
Apresentar aspectos básicos das biologia e criação racional das abelhas sem ferrão;
Mobilizar e sensibilizar a comunidade da importância das abelhas sem ferrão como seres fundamentais para o equilíbrio dos ecossistemas.

Quando: 12 e 14 de novembro, das 14 às 18 horas

Onde: UFSB - Campus Sosígenes Costa

Referências

ALVES, R. M. O.; JUSTINA, G.D.; SOUZA, B. de A.; DIAS, C. de S.; SODRÉ, G. de S. Criação de abelhas nativas sem ferrão (Hymenoptera: Apidae): autosustentabilidade na comunidade de Jóia do Rio, município de Camaçari, Estado da Bahia. Magistra, v. 18, p. 221-228, 2006.
BACELAR-LIMA, C.G., FREIRE, D.D. C.B., COLETTO-SILVA, A., COSTA, K.B.D., LARAY, J.P.B., VILAS-BOAS, H.C., & CARVALHO-ZILSE, G.A. Melitocory of Zygia racemosa (Ducke) Barneby & Grimes by Melipona seminigra merrillae Cockerell, 1919 and Melipona compressipes manaosensis Schwarz, 1932 (Hymenoptera, Meliponina) in Central Amazon, Brazil. Acta Amazonica, v. 36, n. 3, p. 343-348, 2006.
BLOCHTEIN, B. Manual de boas práticas para a criação e manejo racional de abelhas sem ferrão no RS: guaraipo, manduri e tubuna. EDIPUCRS, 2008. 48 p.
CARVALHO, C. A. L. de; ALVES, R. M. de O.; SOUZA, B. de A. Criação de abelhas sem ferrão: aspectos práticos. Salvador: SEAGRI, 2003. 42 p.
CARVALHO, C. A. L.; SODRÉ, G. S.; FONSECA, A. A. O.; ALVES, R. M. O. ; SOUZA, B. de A.; CLARTON, L. . Physicochemical characteristics and sensory profile of honey samples from stingless bees (Apidae: Meliponinae) submitted to a dehumidification process. Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 81, p. 143-149. 2009.
INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume VII - Invertebrados. In: INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. (Org.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: ICMBio. 2018. 727p.
KERR, W.E. A importância da meliponicultura para o país. Biotecnologia, Ciência e Desenvolvimento, v.1, n.3, p.42-44, 1997.
 NOGUEIRA-NETO, P. Vida e criação de abelhas sem ferrão. Editora Nogueirapis, São Paulo, 1997. 445p.
PEDRO, S.R.M. The stingless bee fauna in Brazil (Hymenoptera: Apidae). Sociobiology, v. 61, n. 4, p. 348-354, 2014.
VENTURIERI, G.C.; ALVES, D.A ; VILLAS-BÔAS, J.K.; CARVALHO, C.A.L. de; MENEZES, C.; VOLLET-NETO, A.; CONTRERA, F.A.L.; CORTOPASSI-LAURINO, M. ; NOGUEIRA-NETO, P. ; IMPERATRIZ-FONSECA, V.L. Meliponicultura no Brasil: situação atual e perspectivas futuras para o uso na polinização agrícola. In: Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca; Dora Ann Lange Canhos; Denise de Araujo Alves; Antonio Mauro Saraiva. (Org.). Polinizadores no Brasil: contribuição e perspectivas para a biodiversidade, uso sustentável, conservação e serviços ambientais. 1ed. São Paulo-SP: EDUSP, 2012, v. 1, p. 349- 360.