A Cannabis não faz parte de uma indústria qualquer. É uma indústria que se estabelece na contemporaneidade, com um passado de 100 anos de proibição.

Durante esse período, que infelizmente ainda não se encerrou, temos imensos prejuízos, em vários níveis, gerados pela guerra às "drogas" exportada amplamente pelos EUA para todo o mundo. Na realidade, se trata de uma guerra a determinados grupos sociais, onde os mais prejudicados com certeza foram o povo preto e latino do mundo todo.
A legalização da Cannabis não irá acabar nem com o fim da guerra às drogas, nem com a guerra contra as pessoas pretas e muito menos com o racismo estrutural da sociedade.

Tendo em vista esse cenário, a crescente indústria da Cannabis pode e deve  tentar reduzir esses prejuízos e lutar não só pela reparação e justiça social, como também para a inclusão dessas pessoas estigmatizadas por essa guerra, na própria indústria.
E para além, devemos também incluir populações também alvo de preconceitos e desvantagem na sociedade como mulheres, populações tradicionais e indígenas, pessoas com deficiência (PCD) e comunidade LGBTQIAP+.

Esse esforço se faz de forma conjunta entre iniciativa privada e pública. Sendo a primeira uma obrigação moral e histórica, por fazer justiça, uma vez que se tem lucro com uma planta que mata e encarcera tantas pessoas, mas que depende do bom senso, iniciativa e deliberação de cada empresa. As iniciativas públicas têm a vantagem de ser mais efetivas em relação ao tempo e ampliar de forma mais significativa o alcance das medidas de reparação históricas. Além do poder de fazer e obrigar a iniciativa privada a atuar nesse sentido.

Desde a primeira turma da INFLORE, em dezembro de 2020, entre 5-10% das vagas são destinadas às bolsas. 80% de bolsas integrais e 20% de meias bolsas, para as pessoas mais afetadas pelo contexto histórico citado acima. No processo de aprendizado de lançar as bolsas e seguir os bolsistas, foi constatado que a grande maioria das bolsas integrais infelizmente não concluem o curso por diversas razões. Diferentemente das pessoas que entraram com meia-bolsa e concluíram o curso.

Como a INFLORE é uma empresa muito nova, de pequeno porte, com apenas um ano e meio no mercado, ainda não foi possível avaliar a dimensão do impacto das bolsas em relação ao tempo e atuação dessas pessoas no mercado. Esperamos no futuro concretizar essa avaliação.

Sempre implementamos a política de concessão de bolsas e a intenção é ampliá-las ainda mais. Não divulgaremos o nome dos bolsistas, porque afinal, estamos lidando com pessoas que muitas vezes não querem ou não podem se expor, devido a todo o estigma e problemas que isso poderia trazer para sua segurança e bem estar.

Tendo em vista sempre aprimorar o processo e aprender com ele, partir de junho de 2022, a política de bolsas será adaptada da seguinte maneira:

Cadastraremos coletivos, associações, e outras formas de entidades de atuação social. As bolsas serão indicadas ao coletivo, e o próprio coletivo irá nomear uma pessoa para seguir o curso. Esse processo visa, não só que a pessoa possa se beneficiar com o aprendizado, mas que ela possa ampliar e replicar a educação canábica que recebeu. Criando assim um impacto muito maior onde atua.

Empresas e pessoas físicas que quiserem colaborar com a ampliação do conhecimento da cannabis também poderão contribuir, oferecendo bolsas para pessoas ou entidades, ajudando na missão da educação, mas também cumprindo o papel de tentar promover a justiça social por parte das iniciativas privadas.

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CRITÉRIOS:

-As empresas serão selecionadas de acordo com a relevância em relação a cannabis e educação.
-O foco das bolsas é trazer as pessoas mais afetadas com a guerra as drogas para a indústria da Cannabis.
-A Inflore irá respeitar e preservar o anonimato dos bolsistas que não quiserem se expor e revelar seus nomes.
-A seleção será feita pelo time da Inflore
- A entidade não selecionada não receberá email de resposta, mas ficará num cadastro geral para as próximas bolsas que serão oferecidas.