Garantir a Saúde no Futuro implica Investir Hoje em Ciências da Vida e Biotecnologia
A pandemia por SARS-Cov-2 mudou o modo como as populações encaram o papel da Ciência e do Conhecimento na sociedade. Na realidade, a pandemia demonstrou que o conhecimento científico, em particular nas Ciências da Vida, não só é central como é a chave para uma resposta adequada a este tipo de crises sanitárias. É fundamental para informar as decisões de  Saúde Pública e Epidemiologia, uma vez que é a Biotecnologia que permite identificar o agente patogénico e diagnosticar os doentes infetados.  Sem sabermos o que enfrentamos, não conseguimos tomar decisões adequadas. Sem a Biotecnologia seria muito complexo, senão mesmo impossível, identificar o vírus. O ramo do conhecimento que é absolutamente crucial para combater ou evitar o problema é o das Ciências da Vida – virologia, imunologia, fisiologia, biologia molecular ou genética.

Investir na capacidade de desenvolver soluções para garantir a nossa saúde recorrendo a novas tecnologias e criando novas áreas de negócio é essencial para o nosso futuro. Lembremo-nos que estamos perante uma crise de Saúde Pública, mas as medidas de Saúde Pública só nos permitem sobreviver, não nos permitem ultrapassar o foco da crise. Esse só é ultrapassado com Biotecnologia:

1. Temos de diagnosticar infetados: testes laboratoriais de PCR – Técnica da Biotecnologia.
2. Temos de ter dados epidemiológicos: feito com testes serológicos – Produtos de Biotecnologia.
3. Temos de ter uma vacina – Produtos de Biotecnologia.

Só sairemos desta crise com recurso às diferentes variantes da Biotecnologia, seja no diagnóstico, no medicamento ou na profilaxia. Isto demonstra claramente a necessidade de termos um investimento forte neste sector para termos uma sociedade resiliente e capaz de responder a crises desta natureza.

Por outro lado, assistimos a um bloqueio das cadeias de distribuição que demonstra a necessidade geo-estratégica de aumentarmos a capacidade de produção para abastecer o  vertical da Saúde.
 
De facto, para que os avanços nestes ramos se transformem em novas soluções, produtos, serviços, as Ciências da Vida são necessárias. É preciso que exista um tecido económico de base robusto e capacitado, que seja capaz de servir a sociedade com uma resposta rápida e eficaz. Particularmente, precisamos de empresas inovadoras, capazes de crescer e desenvolver soluções de forma ágil. Necessitamos de uma estrutura de transferência de tecnologia entre as universidades e laboratórios do sector e a economia treinada e experiente. E temos de ter investimento especializado que seja capaz de adequadamente financiar estes desenvolvimentos.

Não há dúvida que é esta capacidade que deu e está a dar origem aos novos métodos de diagnóstico, capacidade de rastreio de doentes, novos tratamentos, terapias avançadas e vacinas para a COVID-19. Os países com clusters de Biotecnologia fortes estão a liderar este processo. Vejamos os casos da Alemanha, Dinamarca ou Estados Unidos, que vão sair ainda mais reforçados desta crise sanitária.  

Fica, portanto, mais do que nunca, demonstrado que a competitividade económica e a estabilidade social dos países estão intimamente ligadas a um investimento sustentado em Ciências da Vida e na capacidade produtiva para abastecer este sector. O sector da Saúde como um todo representa 9% do PIB nacional e é responsável por aproximadamente 1.5 mil milhões de euros de exportações de produtos de elevado valor acrescentado por ano. O sector da Saúde paga 20% acima da média nacional e as Ciências da Vida, em particular, não só pagam 54% acima da média como empregam 80% de trabalhadores com pelo menos licenciatura. Esta base económica, juntamente com a disponibilidade de recursos humanos altamente qualificados, permite-nos crescer.  
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Portugal Bio-Saúde 2030
Proposta
Que seja criado um programa operacional temático Portugal Bio-Saúde 2030 (de imediato com reprogramação do PT2020) e que a Biotecnologia e as Ciências da Vida sejam consideradas prioritárias na Estratégia Nacional de Especialização Inteligente, que canalize uma parte dos fundos comunitários para um investimento estratégico nesta área na próxima década.

Este investimento deve ser sustentado e transversal, com uma investigação de base e translacional, inovação e capacidade industrial, que permita posicionar Portugal como um centro de Investigação e Desenvolvimento – Portugal como um Hub de I&DT em Biotecnologia e Ciências da Vida – e como um pilar estratégico da capacidade de produção na UE – Portugal como a Fábrica da Europa para a Saúde, reforçando a autonomia e resiliência da UE a disrupções nas cadeias de distribuição mundial.

De entre o conjunto de medidas podemos destacar abrangidas pelo Portugal Bio-Saúde 2030:

- Capacitação do tecido industrial europeu através da criação de SME Business European Enhancement Act a nível da UE, que dita que 10% dos gastos dos estados europeus devem ser feitos a PMEs Europeias e que outros 10% a empresas de capital Europeu para garantir a capacidade industrial Europeia (inspirado num equivalente dos EUA), como base de uma política industrial da UE.

- Constituição de uma reserva estratégica de capacidade produtiva para UE em saúde, como forma de aumentar a autonomia das cadeias de produção.

- Promoção do emprego altamente qualificado, particularmente ao nível de doutorados, onde a área das Ciências da Vida é um dos sectores por excelência, salários são 54% superiores à média.

- Promoção da transferência de tecnologia com o financiamento de Fundos de Capital de Risco especializados em ciências da vida cobrindo biotech, medtech e digital health, através de um novo fundo de fundos na IFD, seguindo o modelo do BPI France.
Implementação do conceito Empresa PME-DEEPTECH, seguindo o modelo do BPI-France.

- Promoção da Investigação e Desenvolvimento Clínico em Portugal como motor de novo financiamento do SNS, seguindo o modelo da Bélgica ou da Holanda.

- Atração de polos de I&DT em saúde para Portugal, desenvolvendo um cluster de serviços e produtos de elevado valor acrescentado.
Objetivo
O objetivo é simples, queremos equilibrar a balança comercial neste sector, aumentando a investigação translacional e clínica e a capacidade produtiva em Portugal. Queremos um cluster económico robusto capaz de servir o país, a Europa, a sociedade. Isto porque apenas um sector de biotecnologia forte torna o país resiliente a este tipo de crises. Isto porque este cluster é um motor de desenvolvimento social e económico robusto porque assenta numa diferenciação competitiva tecnológica sustentável a longo prazo.
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