Breve História da SCMA:

A Santa Casa da Misericórdia de Almada celebra em maio de 2021 466 anos da sua existência, data a sua criação ao ano de 1555.
A instituição da Santa Casa da Misericórdia de Almada insere-se, tal como todas as restantes do reino, na conjuntura da criação das Misericórdias portuguesas pela Rainha D. Leonor (1498), que se inspirou nas suas similares de Florença.
A Confraria da Misericórdia de Almada foi fundada por 130 irmãos que se comprometeram dentro do espírito e fé cristã, a praticar as 14 obras de Misericórdia (7 corporais e 7 espirituais).
A criação da SCMA teve como objetivo satisfazer carências sociais e praticar atos de culto católico inspirados pelos princípios da doutrina e moral cristã. Tendo em conta estes objetivos, esta instituição intervém ativamente na assistência aos mais necessitados no concelho de Almada até aos dias de hoje.
Em 1499 D. Manuel recomendou que fossem criadas Misericórdias em todas as cidades, vilas e lugares principais do reino. A ideia de expandir a irmandade tinha como objetivo espalhar e organizar a caridade por todo o país, abrangendo também um vasto sistema hospitalar.

Como surge a atual Casa de Acolhimento Residencial D. Nuno Álvares Pereira, uma das valência da SCMA, que acolhe em regime de internato 45 crianças e jovens entre os 6 e os 19 anos, com Medidas de Promoção e Proteção?
Em outubro de 1937 surge no Porto Brandão o Secretariado da Defesa da Família, instituição criada pelo Reverendo Doutor Joseph J. Crowley, a fim de proteger mulheres grávidas, crianças, lactentes e até aos 6 anos e adultos indigentes, com amparo médico, alimentação e vestuário. Ficou conhecida como Obra Social do Porto Brandão.
Em outubro de 1955 surge pela primeira vez Sua Alteza Real a Infanta D. Maria Adelaide de Bragança como membro da Mesa Administrativa da Obra Social do Porto Brandão.
A 17 de abril de 1956 SAR D. Maria Adelaide foi designada presidente da Obra, nesta mesma reunião é autorizada a alteração do nome para Centro de Assistência D. Nuno Álvares Pereira. No entanto, a 28 de julho de 1956 passaria a chamar-se Fundação de Assistência D. Nuno Álvares Pereira para uma "maior projeção".
A Fundação de Assistência D. Nuno Álvares Pereira situada na Quinta da Azenha era uma casa apalaçada, mas que não tinha as condições necessárias ao fim.
A obra social acolhia crianças desde os 3 aos 15 anos, provenientes de zonas mais criticas do concelho de Almada, sobretudo da Caparica. No total acolhia mais de 80 crianças e jovens de ambos os sexos.
Em 1958 a fundação entra numa situação financeira agonizante, com diversas tentativas falhadas de angariações de fundos, em 1974 a obra passa a ser responsabilidade da Direção-geral da Assistência.
Em 1977 a Fundação de Assistência D. Nuno Álvares Pereira é integrada na SCMA, devido às más condições de habitabilidade do edifício, dificuldades financeiras e administrativas. Esta integração foi publicada em Diário da República a 2 de junho de 1977.
Desde essa data que a SCMA empreendeu a árdua tarefa de obter meios financeiros para a aquisição de um espaço digno para acolher as crianças.
Em 1979 a firma de construção civil «Parente e Neiva, Lda» comprometeu-se a vender um prédio que estava a construir sito na Avenida Professor Egas Moniz. As verbas para a aquisição do imóvel contaram quase na totalidade com o apoio da Direção-geral da Segurança Social, do Instituto da Família e Ação Social, entre outros institutos.
Até aos dias de hoje é neste edifício que está a, agora denominada, Casa de Acolhimento Residencial D. Nuno Álvares Pereira.


Informações e imagens retiradas de:
- Do Secretariado da Defesa da Família ao Lar de Jovens Nuno Álvares Pereira - breve historial (pela Historiadora Paula Costa);
- imagens retiradas da internet;
- imagens cedidas por ex-utentes ou ex-alunos da Fundação Nuno Álvares Pereira (Col. Arquivo pessoal Sr. Carlos Estevão (foto 1956), Col. Centro de Arqueologia de Almada;
- textos históricos e fotografias cedidas pela D. Maria de Lurdes Seixas (conhecida por D. Milu);