Campanha contra a violência no campo
Em defesa dos povos do campo, das águas e das florestas

Nos dias 18 e 19 de abril de 2022, estiveram reunidas em Brasília, diversas organizações de povos do campo, das águas, das florestas e dos territórios urbanos para discutir uma frente de ação unificada contra a violência que assola essas populações.

Entre 2011 e 2015 foram registrados 6737 conflitos no campo, envolvendo mais de 3,5 milhões de pessoas. No período seguinte, de 2016 a 2021, esses números subiram para 10.384 conflitos atingindo 5,5 milhões de pessoas, em especial crianças, jovens e mulheres, confirmando que o impeachment da presidenta Dilma foi um golpe articulado entre setores do Estado e do capital, da mídia hegemônica e em particular ligado ao agronegócio.

Os assassinatos saltaram de um total de 20 em 2020, para 35 em 2021, representando um aumento de 75%. Dentre estes, destacam-se lideranças que atuam na defesa dos Direitos Humanos e da natureza. Com relação ao trabalho escravo, houve aumento de 113% no número de pessoas resgatadas. Vale lembrar que esses dados, registrados pela CPT, são apenas os que tiveram visibilização nos dados oficiais ou mídia. Isso significa que a realidade é ainda muito mais dura.  Essas situações se acirram a medida em que as políticas públicas e de fiscalização são desmontadas.

Com base nos dados da CPT, as populações que mais sofreram violência no campo foram, povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, posseiros e camponeses sem terra. É importante ressaltar que tanto o aumento da violência como o de número de assassinatos se deu na região da Amazônia Legal, evidenciando a violência inerente ao processo de expansão do capital. A terra e a natureza, bens comuns, convertida em mercadoria e submetidas à propriedade privada e à especulação, estão na origem de diversas formas de violência. Violências estas estruturadas historicamente na divisão de classes, no racismo e no patriarcado.

Isso fica evidente quando vemos que empresários, grileiros, garimpeiros, fazendeiros, mineradoras e madeireiros e o próprio Estado são os maiores causadores de violência, segundo os dados da CPT. Importante destacar que a violência avança sobre territórios, mas também sobre a cultura e a espiritualidade dos povos do campo, das águas e das florestas, por meio do avanço de setores e igrejas, fundamentalistas, que usam práticas de racismo religioso. A violência se acirra com a impunidade e conivência do Estado, gerando aumento das milicias e pistolagem.

Mesmo com a pandemia e a violência, houve um aumento das ações de resistência. No último período ocorreram diversas ocupações de terra, retomada de territórios, mobilizações contra os despejos, manifestações em grandes capitais e também grandes mobilizações e campanhas contra a fome e em defesa da soberania alimentar, numa estratégia de solidariedade entre povos do campo e da cidade. Destacamos também as grandes mobilizações indígenas em todo o país contra os retrocessos.

No esteio desse processo de luta dos povos, enfrentar e superar a violência no campo se impõem como objetivo a partir da articulação e unidade das várias frentes de resistência e na defesa da vida.

Para tanto, as entidades aqui reunidas convocam toda a sociedade para uma campanha permanente contra a violência no campo, em defesa dos territórios e da vida.

1. Articulação Agro é fogo
2. Articulação Nacional de Quilombos (ANQ)
3. Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA)
4. Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais (AATR)
5. Campanha Cerrado
6. Caritas Brasileira
7. Central Única dos Trabalhadores (CUT)
8. Centro Popular de Formação da Juventude (Vida e Juventude)
9. Comissão Justiça e Paz
10. Comissão Pastoral da Terra (CPT)
11. Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG)
12. Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais  (CONTAR)
13. Conselho Indigenista Missionário (CIMI)
14. Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC)
15. Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE)
16. FIAN Brasil
17. Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL)
18. Misereor
19. Movimento Camponês Popular (MCP)
20. Movimento de Mulheres Camponesas (MMC)
21. Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP)
22. Movimento de Trabalhadores por Direitos (MTD)
23. Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
24. Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)
25. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
26. Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB)
27. Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH)
28. Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM)
29. Pastorais Sociais – CNBB
30. Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil)
31. Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH)
32. Teia dos Povos
33. Terra de Direitos

ORGANIZAÇÕES QUE ADERIRAM À CAMPANHA PÓS LANÇAMENTO
34. Centro dos Direitos Humanos Maria da Graça Braz (SC)
35. Associação dos Geógrafos Brasileiros - Seção Local de Marechal Cândido Rondon -AGB/SLMCRondon
36. Rede Cerrado
37. Associação Brasileira de Agroecologia (ABA)
38. Centro Vida Orgânica
39. Articulação Rosalino Gomes de povos e comunidades tradicionais de Minas Gerais
40. Campanha Nacional da CPT "De olho aberto para não virar escravo"
41. Núcleo de Estudos Amazônicos, Universidade de Brasília (NEAz/UnB)
42. Projeto Guardiões Ambientais Ribeirinhos
43. Movimento Tapajós Vivo
44. International Rivers - Brasil
45. Comissão Camponesa da Verdade
46. Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade (MMCC)
47. Instituto Agostin Castejon
48. GT Saúde dos Povos do Campo, Floresta e Águas da Fiocruz - Fundação Oswaldo Cruz
49. Fórum Grita Baixada
50. Amigos da Terra Brasil
51. Fórum de Direitos Humanos e da Terra - FDHT (MT)
52. Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos
53. Associação Brasileira dos Advogados do Povo – Gabriel Pimenta
54. Associação Brasileira de Juristas pela Democracia - ABJD
55. Conselho Nacional de Ouvidorias das Defensorias Públicas
56. Coletivo Popular Direito à Cidade
57. Ouvidoria Geral Externa da Defensoria Pública de Rondônia
58. Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
59. Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM)
60. Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares de Palmas de Monte Alto (BA)
61. Articulação Nacional de Agroecologia (ANA)
62. VIVAT INTERNACIONAL/BRASIL
63. Rede Jubileu Sul Brasil - JSB
64. Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Maranhão - FETAEMA
65. Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Alagoas - FETAG/AL
66. Conselho Pastoral dos Pescadores - CPP
67. Grupo de Estudos Interdisciplinar Pobreza Trabalho e Lutas Sociais - POPULUS (NEEPD-UFPE)
68. Sindicato dos Servidores do Judiciário do estado de Pernambuco - SINDJUD/PE


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