Abaixo-assinado contra a demissão do motorista terceirizado da UFRN

O motorista terceirizado M. T. da S., que há 19 anos trabalha na UFRN, sendo 12 anos como motorista, está sendo demitido arbitrariamente, sem nenhuma justificativa, pela empresa terceirizada D&L. O trabalhador exerce suas atividades no Restaurante Universitário, onde, por ter trabalhado em desvio de função levantando peso (caixas de alimentos), chegou a adquirir uma lesão de tendão no braço direito e foi submetido a tratamento médico, devido ao inchaço, com possibilidade de ter que fazer cirurgia.

No entanto, no início deste mês, o trabalhador terceirizado M. foi surpreendido pelo representante da empresa D&L com o aviso prévio de demissão, sem que fosse apresentada nenhuma justificativa, dizendo ser por “questões administrativas da empresa”. Agora, o trabalhador se encontra à beira de perder a fonte do seu sustento, em um difícil contexto econômico e social que vivemos.

A demissão se torna ainda mais grave quando ela impacta não só o próprio trabalhador, mas também sua família, como a sua esposa com deficiência visual e uma filha com deficiência física, que dependem unicamente de sua renda para sobreviver. Frente a isso, tudo que a Reitoria respondeu a esse trabalhador foi que é direito da empresa demitir, lavando suas mãos tanto sobre o fato de M. ter se lesionado em situação de desvio de função, quanto agora sobre sua demissão.

Cabe acrescentar que, em todos esses anos, o trabalhador terceirizado sempre realizou seu trabalho com dedicação, de forma exemplar, sem nunca ter respondido sequer a uma advertência. Por outro lado, a empresa D&L, que busca demitir esse trabalhador, está há apenas 8 meses contratada pela UFRN e já atrasou várias vezes o salário dos trabalhadores terceirizados motoristas e da construção civil (Canteiro), ocasionando paralisações nos serviços prestados.

Segundo o último ranking, a UFRN está classificada entre as mil melhores universidades do mundo. Esse status foi atingido com o esforço conjunto de pesquisadores, docentes, estudantes e também dos milhares de trabalhadores efetivos e terceirizados da universidade. Mas a realidade é que, por trás da rica e vasta extensão de produção de conhecimento, ela, e todas as universidades do país, utilizam-se da precarização do trabalho e da terceirização, que divide a classe trabalhadora, arranca seus direitos e a descarta como bem entende. A  reitoria da UFRN mostra a sua verdadeira cara cínica, perpetuando o trabalho semi-escravo, cuja maioria é de mulheres negras, assim como se eximindo da responsabilidade do não pagamento dos salários e demissões dos terceirizados.

Uma demissão tão arbitrária como esta, contra um trabalhador que tantos anos de sua vida dedicou à UFRN, gera indignação entre os que estudam e trabalham nesta universidade.

Nós, abaixo assinados, exigimos que o Reitor da UFRN, prezando pela vida do trabalhador e de sua família e pelo bom funcionamento desta universidade, que intervenha junto a empresa para a manutenção do emprego do motorista terceirizado.

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