Larissa Araújo teve sua matrícula em Artes Visuais na UFMG negada, mesmo após ter passado e sido aprovada em todas as etapas (ENEM e prova de habilidades).
Tendo cursado o ensino médio em escola pública enviou todos os documentos necessários de acordo com o que foi orientado pelas instâncias oficiais da UFMG, sendo que os documentos eram provisórios já que por conta da pandemia o governo do estado de Minas Gerais atrasou na entrega de diplomas e históricos escolares. Entretanto, Larissa não foi comunicada sobre a efetivação de sua matrícula, para saber para quem e quando enviar os documentos oficiais, e sequer foi notificada do indeferimento através de um e-mail, por exemplo.
Larissa, como tantos outros jovens brasileiros, está tendo que lutar pelo seu direito de estudar, mesmo que ele em tese seja um direito pleno. Com a pandemia e o avanço na precarização do ensino público devido aos cortes do governo federal e do congresso nacional, estamos vendo o aprofundamento da evasão universitária. não podemos aceitar que uma estudante vinda de escola pública não tenha direito a sua vaga, duramente conquistada, devido a erros de ordem administrativa da UFMG, que sabemos que foi afetada duramente pela realidade da pandemia, a não existência mais de telefones administrativos, a sobrecarga de trabalho técnico.
No país em que estudantes e jovens trabalhadores enfrentam todos os dias as consequências dos ataques à educação, é imprescindível lutar pelo direito ao estudo. E reiteramos nossa defesa intransigente das cotas socioeconômicas e raciais, conquistadas pela histórica luta do movimento estudantil e dos movimentos negros.
Foi a partir destas conquistas que vimos uma mudança da composição social e racial de nossa universidade, a qual queremos aprofundar, lutando pela real democratização do acesso ao ensino superior público para toda a juventude, com garantia de permanência.
É nesse sentido que exigimos a matrícula imediata de Larissa Araújo e de todos os estudantes cotistas de nossa universidade que foram arbitrariamente indeferidos no último período.
Veja aqui a denúncia da Larissa:
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